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Importância Do Perfusionista

O âmbito da prática da perfusão é definido como aquelas funções necessárias ao suporte, tratamento, avaliação ou suplementação dos sistemas cardiopulmonar e circulatório dos pacientes. Um perfusionista é um profissional competente, qualificado por educação acadêmica e clínica, que opera o equipamento de circulação extracorpórea durante qualquer situação médica em que é necessário oferecer suporte ou substituir as funções cardiopulmonares ou circulatórias e assegurar o manuseio adequado das funções fisiológicas pela monitorização das variáveis necessárias. Estas atividades, sob a prescrição de um médico e de acordo com as práticas hospitalares incluem mas não ficam limitadas à realização ou ao manuseio de um equipamento apenas.O perfusionista é um membro da equipe cirúrgica com pré-requisitos definidos na área das ciências biológicas e da saúde, com conhecimentos específicos de fisiologia circulatória, respiratória, sanguínea e renal, de centro cirúrgico e esterilização e com treinamento específico no planejamento e ministração dos procedimentos de circulação extracorpórea.A tecnologia da circulação extracorpórea desenvolveu-se em conjunto com a fase moderna cirurgia cardíaca, à partir dos anos cinquenta, tendo alcançado o estágio atual, à partir do final dos anos setenta. Na medida em que a perfusão se tornou uma tecnologia rotineira e segura na vida hospitalar, seu uso foi estendido a outras indicações, além da correção de lesões intracardíacas e dos grandes vasos torácicos. Usa-se, com alguma frequência, a circulação extracorpórea convencional ou alguma de suas variantes, em diversas outras áreas da cirurgia, como por exemplo: 1. Neurocirurgia;2. Cirurgia de tumores renais; 3. Cirurgias de tumores da traqueia; 4. Cirurgias de transplante de fígado;5. Em determinadas patologias pulmonares reversíveis;6. Como método exclusivo de assistência circulatória, para falência de um ou de ambos os ventrículos, em pacientes não operados ou candidatos a cirurgia imediata. O espectro de aplicação das técnicas de circulação extracorpórea, tem aumentado significativamente, ao longo dos anos. O desenvolvimento de novos materiais e equipamentos e, principalmente, novas aplicações tem mantido essa tecnologia em evolução ininterrupta, desde a sua introdução o que permite imaginar que, com toda probabilidade, os seus limites ainda não estão definidos.

ATRIBUIÇÕES DO PERFUSIONISTA

  • Coordena e administra as atividades do serviço de Perfusão.
  • Planeja a previsão, requisição e controle dos materiais e equipamentos utilizados nos procedimentos de circulação extracorpórea, especialmente oxigenadores, circuitos, reservatórios, filtros, cânulas, termômetros, fluxômetros, e demais acessórios;
  • Examina e testa os componentes da máquina coração-pulmão, controla sua manutenção preventiva e corretiva, conservando-a, permanentemente, em condições de uso;
  • Obtém informações no prontuário e com a equipe médica, sobre a história clínica do paciente; verifica a existência de doenças ou condições que possam interferir na execução, ou requerer cuidados especiais com a condução, da circulação extracorpórea, tais como diabetes, hipertensão arterial, doenças endócrinas, uso de diuréticos, digitálicos e anticoagulantes;
  • Obtém os dados biométricos do paciente, idade, peso, altura e superfície corpórea, para cálculo dos fluxos de sangue, gases, composição e volume dos líquidos do circuito;
  • Calcula as doses de heparina para a anticoagulação sistêmica e de protamina, para sua posterior neutralização;
  • Fornece ao cirurgião os calibres mínimos das cânulas aórtica e venosas, adequadas aos fluxos sanguíneos a serem utilizados;
  • Obtém do anestesista os parâmetros hemodinâmicos do paciente, desde a indução anestésica, para a sua manutenção durante a perfusão;
  • Sob o comando do cirurgião, executa a circulação do sangue e sua oxigenação extracorpórea, monitoriza as pressões arteriais e venosas, diurese, tensão dos gases sanguíneos, hematócrito, nível de anticoagulação e promove as correções necessárias;
  • Induz o grau de hipotermia sistêmica determinado pelo cirurgião, através do resfriamento do sangue no circuito do oxigenador, para preservação metabólica do sistema nervoso central e demais sistemas orgânicos; reaquece o paciente ao final do procedimento;
  • Prepara e administra as soluções destinadas à proteção do miocárdio, através de equipamentos e circuitos especiais para aquela finalidade;
  • Administra os medicamentos necessários ao paciente, no circuito extracorpóreo, sob protocolos com a equipe, como inotrópicos, vasopressores, vasodilatadores, diuréticos e agentes anestésicos;
  • Encerra o procedimento, retornando a ventilação ao anestesista, após o coração reassumir as suas funções, mantendo a volemia do paciente e as condições hemodinâmicas necessárias ao bom funcionamento cardio-respiratório;
  • Controla a presença de anticoagulante residual e administra o seu antagonista, para neutralizar completamente as suas ações;
  • Preenche a ficha de perfusão que contém todos os dados relativos ao procedimento, bem como o balanço hídrico e sanguíneo, para orientação do tratamento pós-operatório;
  • Ministra, com o mesmo equipamento, assistência circulatório mecânica temporária, quando necessária;
  • Participa das atividades de ensino e treinamento aos demais elementos da equipe, inclusive estudantes, internos, residentes e estagiários;
  • Participa das reuniões clínicas de discussão dos casos a serem operados, para conhecimento dos pacientes e suas patologias;
  • Participa de pesquisas clínicas, básicas ou de experimentação;
  • Participa de cursos, reuniões, palestras, simpósios, grupos de trabalho e congressos, para sua educação continuada e aperfeiçoamento profissional.

A SBCEC, que representa os perfusionistas em atividade no Brasil, com o objetivo de salvaguardar o interesse público e regulamentar o exercício da atividade no território nacional, recomenda que exclusivamente indivíduos graduados numa das profissões das áreas das ciências biológicas e da saúde tenham acesso ao treinamento necessário à formação de perfusionista. Apesar disso e sem o conhecimento ou o aval da Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular, algumas poucas equipes de cirurgia cardíaca, apesar das recomendações internacionais, insistem em treinar auxiliares de enfermagem, ou outros técnicos para o exercício dessa atividade. Essa prática é condenável por duas razões principais:
1. A falta de preparo científico de auxiliares de enfermagem e outros profissionais semelhantes, cuja formação é feita mediante um curso de 12 meses tendo como pré-requisito apenas a conclusão do ensino elementar (primário ou de primeiro grau), faz com que os mesmos sejam familiarizados apenas com os aspectos práticos do manuseio do equipamento de perfusão. O desconhecimento das alterações produzidas na fisiologia do organismo humano e suas implicações práticas aumenta substancialmente os riscos dos procedimentos cirúrgicos, especialmente os de maior complexidade e que, na maioria das vezes, requerem a circulação extracorpórea por períodos prolongados em que há grandes oscilações das variáveis fisiológicas , hemodinâmicas entre outras.
2. A profissão de auxiliar de enfermagem é regulamentada por lei federal e por resoluções do Conselho Federal de Enfermagem. As atribuições desses profissionais são claramente estabelecidas nesses documentos legais e não incluem a prática da circulação extracorpórea. Desse modo, o entendimento jurídico, salvo melhor julgamento, é o de que constitui ato ilícito, alterar voluntariamente a esfera de atribuições da referida profissão. A prática da Extracorpórea é vedada a auxiliares de enfermagem.
Os perfusionistas treinados e titulados em conformidade com as resoluções da Sociedade Brasileira de Circulação Extracorpórea, não devem ministrar treinamento prático ou teórico a pessoal não qualificado para o exercício da atividade de perfusionista, sob qualquer pretexto ou alegação. A única exceção será a obediência à ordem superior que, nesses casos, deve ser solicitada por escrito. Nesses casos, a existência desse documento transfere a responsabilidade do ilícito para o seu autor e signatário. Perfusionista é o profissional treinado e capacitado em operar os maquinários de circulação extracorpórea, seleção dos dispositivos descartáveis em cirurgias torácicas e cardíacas, sendo o responsável pela manutenção das atividades vitais do organismo, durante a realização da devida cirurgia, e também manter o devido funcionamento da circulação sanguínea que no momento está sendo operada pelos órgãos artificiais mantendo o paciente em equilíbrio hidro-eletrolítico, hemodinâmico, pressórico, sanguíneo . Dessa maneira, tem uma função tão importante quanto anestesista e cirurgião. Então deve haver uma cooperação entre ambos, tornando assim o trabalho um grande êxito, com o devido reconhecimento para a equipe. Perfusionista é O ESPECIALISTA altamente requisitado e fundamental para equipes de cirurgiões cardíacos, pois sem o devido profissional não seria possível a realização da devida cirurgia com uma margem de segurança no ato da execução.
Se precisar de uma cirurgia cardiovascular ou se souber de alguém que precisa, exija e valorize um profissional habilitado em circulação extracorpórea. Se você atua em hospitais, cobre a presença de profissional legalmente habilitado, ajude a salvar vidas! Além de diminuir as complicações, temos, no Brasil, legislação que regulamenta esta atividade através dos Conselhos de Enfermagem, Biomedicina, Ministério do Trabalho e Ministério da Saúde. Denuncie as irregularidades aos Conselhos de classe e para as instituições públicas!
NÃO CORRA RISCOS, AFINAL, VOCÊ CONFIARIA SEU BEM MAIS PRECIOSO A ALGUÉM SEM FORMAÇÃO ADEQUADA?